Protocolo aprofunda cooperação arqueológica e turística com cidade brasileira de Buriti dos Montes

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Mação, Santarém, 05 out (Lusa) - Cooperar em programas de desenvolvimento turísticos e empresariais e aprofundar intercâmbios culturais e educativos são alguns dos objetivos de um protocolo de geminação hoje assinado em Mação entre a autarquia local e o município brasileiro de Buriti dos Montes.

Situado no Estado do Piauí, Buriti dos Montes tem desenvolvido uma relação com o município de Mação desde há uma década devido a um património de arte rupestre de grande relevância e à sua importância em termos de potencial afirmação identitária e desenvolvimento económico e social, a exemplo do que sucede no município português.

Dezenas de estudantes daquele Estado brasileiro escolhem Mação para concluírem o seu mestrado no Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo, no âmbito dos cursos ministrados pelo Instituto Politécnico de Tomar e das parcerias estabelecidas entre os responsáveis das duas regiões.

Em declarações à agência Lusa, Luís Oosterbeek, diretor científico do Museu e coordenador dos cursos de mestrado, disse que o protocolo de geminação hoje assinado "vem no quadro de vários projetos já estabelecidos e a estabelecer" com o Estado do Piauí, acrescentando que "a pretexto da arte rupestre" pode-se abrir caminho para aumentar o número de estudantes brasileiros em Mação, intensificar os fluxos entre as duas regiões e estabelecer negócios entre os empresários das duas comunidades.

Segundo referiu à Lusa o prefeito do município de Buriti dos Montes, Francisco Soares, este protocolo tem como principal objetivo desenvolver parcerias na área cultural, científica e arqueológica, tendo ainda manifestado o seu interesse em implementar no Brasil o modelo de ZIF (Zonas de Intervenção Florestal) desenvolvido pelos técnicos florestais da autarquia maçaense.

"O nosso território tem uma extensão muito grande e precisamos preservar e fomentar a agricultura através de uma nova visão, além de desenvolver um espaço junto do rio Poti, onde foram descobertos, em cerca de 40 quilómetros, gravuras rupestres ainda por datar e analisar", observou.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Mação, Saldanha Rocha, destacou como "mais valias" deste protocolo o incremento do turismo cultural, patrimonial e arqueológico, o ecoturismo, a aplicação do modelo ZIF em Piauí e o aumento do número de alunos a circular entre os dois países.
"São dois municípios pobres, pequenos, com cerca de 10 mil habitantes, e tudo isto visa reverter para o desenvolvimento da economia local e social", defendeu.

No âmbito do protocolado, os dois municípios comprometeram-se a cooperar na troca de experiências e informações de natureza técnico-administrativa, apoiar a realização de estudos e projetos sobre assuntos relevantes no poder local e fomentar o desenvolvimento de projetos de pesquisa científica na área da arqueologia, devido à existência de sítios arqueológicos de gravuras rupestres no território dos dois municípios.

Edição: Joelson Vieira | Fonte: noticias.sapo.cv

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