Prefeituras do Nordeste negam mau uso de verba para reconstrução

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Prefeituras do Nordeste suspeitas de utilizar indevidamente repasses recebidos da União para obras de reconstrução e atendimento da população após tragédias negaram ao G1 a prática de fraudes.

A Controladoria Geral da União (CGU) aponta superfaturamento e sobrepreço em ao menos dez cidades de cinco estados: Castelo do Piauí, Prata do Piauí e São Miguel da Baixa Grande, no Piauí; Coreaú, Groaíras e Massapê, no Ceará; Dom Pedro e Grajaú, no Maranhão; Assú, no Rio Grande do Norte; e Maruim, em Sergipe.

A Secretaria de Governo da Prefeitura do Assú (RN) afirmou que não houve superfaturamento, mas sim "desvio da finalidade" da aplicação da verba. Conforme a prefeitura, em 2009 uma forte enchente atingiu a cidade. A prefeitura então solicitou verba para reconstrução, mas disse que acabou utilizando parte do dinheiro para obras de prevenção. "Na intenção de evitar um problema maior, a prefeitura refez o que estava estragado e realizou outras obras de prevenção, todas relacionadas a enchentes."

A Prefeitura do Assú afirmou que parte dos R$ 2 milhões recebidos acabou sendo bloqueado, mas que o governo federal vem liberando a verba aos poucos após justificativas apresentadas pelo município. A cidade tem, conforme a secretaria de governo, até o fim de agosto para apresentar todas as justificativas sobre irregularidades apontadas pela CGU ao Ministério da Integração Nacional.

A Prefeitura de Massapê informou que todas as obras com recursos provenientes da Secretaria Nacional de Defesa Civil foram executadas e disse ainda desconhecer as irregularidades apontadas pela CGU. A Prefeitura de Groaíras informou que as obras executadas com recursos da União foram concluídas e que já houve prestação de contas.

A Prefeitura de Castelo do Piauí disse desconhecer as irregularidades apontadas pela CGU. A Prefeitura de São Miguel da Baixa Grande informou que a atual gestão, que teve início em 2009, não recebeu recursos da União e que não tem conhecimento se houve alguma irregularidade na gestão anterior.

A Prefeitura de Maruim afirmou que "não licitou e nem contratou diretamente obras para a contenção de enchentes no município". “É lamentável a forma como a informação foi abordada, inclusive pela própria CGU. Nunca existiu nenhum recurso federal. A notícia deveria informar qual órgão contratou, o valor, a obra, o ano, mas, ao contrário disso, coloca o nome do nosso município na vala da corrupção", disse nota enviada pela prefeitura.

“Esse tipo de situação deixa a gente triste. Tenho 54 anos de trabalho, de luta e de honradez, e não seria agora, que estou prefeito do meu município, que mancharia a minha história. São fatos como esse que desestimulam as pessoas de bem a ingressar na política, pois passa a ideia de que todo o político é ladrão, que ninguém com boa índole e com a intenção de ajudar a sua cidade pode ser político hoje. Chego a ficar revoltado com esse tipo de coisa”, disse o prefeito Gilberto Maynart de acordo com sua assessoria de imprensa.

O G1 não conseguiu contato durante toda a última semana com representantes das prefeituras de Prata do Piauí, Coreaú, Dom Pedro e Grajaú.

Edição: Joelson Vieira | Fonte: G1

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